{CRÍTICA} SENSE8
A Desconstrução Televisionada
Criado por Lilly e Lana Wachowski e de Michael Straczynski, Sense 8 mostra-se uma série de temática extremamente atual. Não pela trama que se mostra ficcional, mas sim pelas personagens, por suas vivências e trajetórias.
Cada uma das oito personagens mora em um lugar do mundo e tem características bem diferentes dos outros sete. Nomi Marks (Jamie Cayton) é uma mulher transexual que vive em São Franscisco, namorada de Armanita Caplan, (Freema Agyeman) uma mulher negra luta diariamente contra transfobia e a homofobia. Sun Bak (Doona Bae), é coreana e filha de um dos mais ricos empresários de Seul, preso por corrupção, lida com a alta sociedade sul-coreana para limpar o nome de sua família. Riley Blue (Tuppence Middleton), é uma Dj islandesa que está metida com traficantes que se diziam amigos dela. Wolfgang Bogdanow (Max Riemelt), alemão, é especialista em arrombar cofres de alta segurança. Lito Rodriguez (Miguel Ángel Silvestre ) é um ator mexicano que tem que lidar com a exposiçãoe sua sexualidade para seu público antes que ele esteja preparado para isso. Will Gorski (Brian dJ. Smith) é um policial americano que segue os passos do pai como intuito de reescrever o passado corrupto do pai. Kala Dandekar (Tina Desai), é indiana e está presa aos costumes e tradições hindus. Capheus Onyango (Toby Onwumere), é africano e vive em uma sociedade em situação miserável.
Com realidades extremamentes diferentes, o decorrer da trama faz com que os sensate literalmente se coloquem no lugar um do outro. Misturando culturas e gerando empatia e aceitação um pelo outro, tornando-se um exemplo para todos os que compartilham a importância da tolerância social, sexual e religiosa.
Trazendo à tona problematizações atuais e importantes, os diretores não estão lá apenas para vender a trama. As irmãs Wachowski, que dirigem a série, são ambas mulheres trans, assim como Jamie Cayton, que vive Nomi. A importância da representatividade no casting da série é vital para a ativismo LGBT. Outro fato dos bastidores da série que enfatiza a seriedade da Netflix com a causa, foi a demissão de Aml Ameen, ator que viveu Capheus na primeira temporada. Aml fez declarações transfóbicas à direção da trama.
A mensagem de Sense 8 é clara. Homofobia, machismo, racismo, intolerância religiosa, sexual e social: não passarão.