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MOTIVOS PARA ASSISTIR (OU NÃO) THIRTEEN REASONS WHY

SIM: A SÉRIE É NECESÁRIA

O sucesso de 13 Reasons Why também foi seu principal motivo de polêmicas. A série trata de assuntos que dificilmente são direcionados aos jovens, como machismo, preconceito, abuso, e bullying. Porém, o foco central da história é o que causou mais rebuliço: o suicídio de uma jovem.

A série é baseada em um livro homônimo lançado em 2007. Naquela época, a história de Hanna não havia feito tanto sucesso como agora. A principal diferença da adaptação para a obra literária é a questão visual - um dos motivos de polêmica. A Netflix abordou esses temas de uma forma tão explícita, que algumas cenas são realmente difíceis de assistir - mas ainda assim necessárias. {spoiler} Os estupros e a cena do suicídio não são - e nem devem ser - agradáveis. As cenas transmitem a emoção da personagem, e é o que te faz pensar sobre isso.

A morte sempre foi um tabu. É a nossa única certeza, mas mesmo assim as pessoas não gostam de falar sobre isso - talvez porque ainda não sabem lidar com ela. Mas é um assunto necessário. Doenças mentais também não é um assunto típico. A depressão é muitas vezes vista como ‘frescura’. E a série fez aparecer essas discussões entre os jovens e principalmente, entre os pais.

Suas atitudes - ou a falta delas têm impacto no outro, e a série nos faz pensar sobre isso. É impossível não se identificar com os personagens, que abordam todas as perspectivas. Temos Hannah, como vítima. Tyler, como agressor. E Clay, que convive com a culpa de não ter feito nada.

A série possui alguns gatilhos, mas existem avisos antes dos episódios que podem desencadear algo. Pessoas que não são emocionalmente estáveis não devem (mesmo!) assistir a série. Porém, para quem nunca conviveu com esse tipo de problema, é necessária para conseguir identificar quem está passando por momentos de dificuldades.

A reflexão também vale para os pais. Os pais de Hanna não faziam ideia do que se passava na vida da filha porque não conversavam com ela. Não notavam os sinais de que alguma coisa estava errada. Eles não conseguiram mostrar a tempo que se importavam com a filha.

Depois da estreia, a #NãoSejaUmPorque entrou para os Trending Topics do Twitter. A # mostrou que as pessoas estavam refletindo sobre suas atitudes. Dando ‘dicas’ para os outros não serem uma razão para alguém se sentir triste.

Por mais que alguns pais proíbam os filhos de assistir a série, o propósito dela já foi atingido: discutir sobre esses temas tão presentes na sociedade. E depois que estreou na Netflix, a procura pelo CVV - Centro de Valorização a Vida - no Brasil triplicou.

Por esses motivos que a série DEVE sim ser assistida e merece todo sucesso. Além da atuação dos atores, ela obteve êxito ao fazer o mundo falar sobre um assunto tão delicado e tão necessário.


NÃO: NÃO É NECESSÁRIA

A série retrata todo o drama da adolescência de uma menina que sofre bullying. Também mostra o quão pavoroso e dolorido é sofrer abuso sexual ainda nessa fase da vida. Até aí os produtores mereceram muito o sucesso, já que produzir alertas contra esses atos (e crimes!) é muito importante para o público jovem.

Mas analisemos a história em sequência. Episódio por episódio, Hannah Baker deixa mensagens em fitas cassetes para todos aqueles que a magoaram. Ou seja, a personagem tira todo o peso de si e joga para os colegas. Ao desabafar tudo o que guardou durante anos de high school, ela comete o suicídio. E a cena é muito mais chocante do que qualquer filme de terror. É quase um passo-a-passo de como acabar com a própria vida em casa. Entendem o quão problemático é ensinar isso para adolescentes?

Esse é um ponto bastante polêmico, uma vez que a série não cumpre normas da OMS (Organização Mundial da Saúde). Três recomendações foram desconsideradas pelos produtores: 1. não romantizar o suicídio, 2. não retratar o suicídio como solução para as dificuldades e 3. evitar mostrar o método, local e detalhes do ato. Tudo isso acontece no último episódio desta temporada, e o aviso prévio de cenas fortes só deixa o público mais curioso.

É perceptível que a série é uma ótima forma de reflexão para aqueles que são saudáveis e/ou ainda pensam no suicídio como tabu. Mas para adolescentes que sofrem com autoestima baixa e bullying, por exemplo, nada mais é do que um meio para se identificar com a personagem. Muitas cenas não passam de um apelo emocional para atingir determinado público. Digo isso pois no livro de 2007, que serviu de inspiração e possui o mesmo nome que a produção da Netflix, as cenas não são tão detalhadas ou exploradas sentimentalmente.

A trama ainda é mais longa do que deveria. Cada episódio tem duração de 50 minutos ou mais, o que faz com que a extensão do tom dramático e melancólico seja maior do que o necessário. A maneira como Clay ouve as fitas e confronta os personagens foi bastante enrolada para que a série não terminasse em apenas três episódios. Em nada se assemelha à maratona de séries feita pelo público adolescente.

Analisando bem, a série não tem como foco o suicídio e sim a vingança. Hannah mantém um tom sereno nas gravações enquanto relata os fatos e aumenta a culpa dos colegas. A menina ainda deixa regras para que as fitas não sejam divulgadas, mostrando seu desejo de chamar a atenção de quem a magoou apenas. E é curioso observar que logo após gravar tudo com muita calma que a personagem morre.

Após todos esses motivos para não assistir '13 reasons why', ainda há a possibilidade de uma segunda temporada. Os autores deixaram tentativas constrangedoras para uma sequência. Clay pedindo por melhoras e Hannah em uma situação nada reversível. O que esperar desse show de drama?


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