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{RESENHA} DEAR WHITE PEOPLE

O silêncio diante de Dear White People

Criada por Justin Simien, a série original do Netflix funciona tanto como uma continuação, quanto uma releitura de seu filme de 2014, Cara Gente Branca e aborda o racismo na universidade de Winchester. De forma similar ao longa-metragem original, essa primeira temporada foca em estudantes específicos da instituição, a diferença é que, agora, são cinco as pessoas abordadas e não quatro: Samantha White (Logan Browning), Troy Fairbanks (Brandon P Bell), Colandrea “Coco” Conners (Antoinette Robertson), Lionel (DeRon Horton) e Reggie (Marque Richardson).

Cada um deles representa não só diferentes aspectos do movimento negro, como variadas posturas em relação à discriminação em razão da cor da pele – Reggie e Sam, por exemplo, preferem se fazerem escutar através de manifestações, programas de rádio controversas (para os brancos) e semelhantes, enquanto que Troy e Coco optam pela mudança feita por dentro, trabalhando junto do sistema a fim de garantir os direitos iguais.

Claramente a série aborda assuntos polêmicos de militância. Como já esperado - até porque a internet deu voz aos estúpidos - a série trouxe consigo muita polêmica. Muitos assinantes da Netflix desfizeram a assinatura acusando o canal de streaming de “racismo inverso”. Se você não sabe o que é racismo inverso, é uma expressão de algo que não existe - e se você acha que existe eu realmente sugiro estudar e pensar duas vezes antes de abrir a boca e passar vergonha - criada por brancos.

“Os treze porquês” foi muito bem aceita; conscientizou muita gente e ajudou pessoas que sofriam de com problemas psicológicos e bullying. Tudo isso graças ao poder de influência e propagandas multimidiáticas e cross midiáticas do Netflix em cima da série. A grande questão é: Porque a própria Netflix não está fazendo propagandas da série assim como fez com todas as outras que se popularizaram? A resposta é bem simples e envolve algo que ninguém quer aceitar: O mundo de hoje é racista. É racista sim. Não quer falar de racismo. Foge do assunto. Esconde o preconceito. Ninguém quer dar voz ao negro porque acham que o negro é vitimista.

Todos se fazem de bonzinhos; querem “abrir suas mentes” e dizer que o racismo é feio, quando na verdade feio somos todos nós. Feio é fingir uma coisa, fingir que luta por algo quando na verdade é tão opressor quanto aquele que sempre oprimiu. Calem suas bocas militantes e deixem os negros falarem. De uma vez por todas: vocês não são negros, vocês são racistas.


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