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{RESENHA} 3%

A filha brasileira

3%. É o nome da primeira série brasileira produzida pela Netflix. Quando eu falo brasileira, quero dizer que o autor é brasileiro, o elenco é brasileiro, a trilha sonora é brasileira e todas as gravações foram realizadas em território nacional. Teve sua estreia em 25 de novembro e quatro meses depois já se tornou a série não americana mais vista nos EUA.

A série conta a história de um Brasil futuristico, onde somente 3% da população tem ótima qualidade de vida. Digo ótima, porque essa "elite" vive no chamado Mar Alto, uma parte do Brasil que tem todo o tipo de equipamentos e tecnologias imagináveis para uma boa vida. Enquanto, o resto da população (97%) vive em condições precárias no Continente, um Brasil devastado e cheio de pobreza (imagine as situações de periferia do país, mas em grande proporção).

A trama da primeira temporada gira em torno do Processo pelo qual todos os jovens têm direito de participar quando completam 20 anos. Ao longo dos oito episódios, a série mostra provas de sobrevivência e detalhes pessoais de cada personagem, fazendo com que quem assiste torça pelo seu favorito. Eu, particularmente, achei que a produção explorou bem esse recurso pois me apeguei aos personagens e fiquei curiosa sobre suas trajetórias no decorrer das provas.

O Processo foca na meritocracia, e daí pode-se abordar uma questão bastante polêmica do país atual. É a parte da série que nos faz parar e refletir sobre o nosso futuro, sobre o quão fictício ou real pode ser a dramaturgia. Alguns personagens vêm de famílias ricas e preparadas, mesmo não conhecendo o processo, há todo um passado de familiares que entraram. Enquanto outros vêm no Processo, uma esperança de vida melhor. E é nesse momento que aparece as diferenças sociais que não são tão distópicas do que vivemos.

Li e ouvi muitas críticas sobre a série ser a cópia brasileira de Jogos Vorazes, Convergente ou Maze Runner. Mas defendo 3%, no Youtube é possível encontrar três episódios experimentais da história de 2011, bem antes de todas essas sagas serem lançadas. E também acredito que, por ser brasileira, 3% veio mais como uma aposta da ficção e do mundo das séries do que como outra história de futuro distópico.

Deixo no final, uma opinião que talvez não agrade os mais ansiosos. O Mar Alto aparece muito pouco na primeira temporada, só há indícios da tecnologia durante rápidas passagens do Processo. Muitos espectadores reclamaram, por curiosidade. Mas entendo a estratégia da produção. Deixar um conteúdo que precisa ser continuado na segunda temporada, fideliza quem assiste. E a segunda temporada tem tudo para ser melhor ainda. Corre no netflix para assistir logo!

NOTA DA AUTORA:

Nota da Larissa: 3 pipocas

Nota da Raissa: 5 pipocas

Nota da Patrícia: 4 pipocas

Nota da Vanessa: 2 pipocas

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